Um tema espinhoso hoje no futebol diz respeito às chamadas torcidas organizadas, muitas polêmicas em jogo, muitos interesses por trás, mas duas coisas temos certezas, elas, as organizadas trazem festa, coreografias espetaculares, empurram o time em momentos difíceis, mas ao mesmo tempo, trazem o espetáculo da violência, e isso assusta a sociedade civil como um todo que estão ávidos por paz e tranquilidade.
No dia que as organizadas combinarem alegorias, festa, diversão com a paz, terá o apoio uníssono de todos, não tenho dúvidas disso!
Mas tudo bem, hoje, aqui em Alagoas, duas delas estão banidas dos estádios, quer dizer, pelo menos com faixas e baterias, por exemplo, a Comando não pode entrar nos estádios. Mas seus membros entram, cantam, empurram o time, aglutinam os torcedores em sua volta, sem fazer comparações, a Comando está para o CRB, como a Gaviões da Fiel está para o Corinthians, ela ultrapassa os estádios, é um movimento de massas, para além das arquibancadas.
Como bem disse o Ex-ministro dos Esportes, Aldo Rebelo, não adianta colocar na clandestinidade torcida organizada, na verdade o diálogo tem que ser permanente. O Estado tem que assumir suas responsabilidades com relação à violência. O que vimos muitas vezes é a arrogância e prepotência da policia em abordar os jovens de periferia, sempre tratando como supostos bandidos, isso implica numa crescente de ódio de todos os lados.
Não faço parte de torcida organizada, em uma época recente fiz parte da gloriosa CRB CHOPP, era uma coisa mais lúdica, apenas uma reunião para se tomar uma boa cerveja antes dos jogos, mas não posso deixar de destacar o papel de todas as organizadas na consolidação para os jovens torcedores alagoanos em torcer apenas por um time, o do seu próprio lugar!
Como eu disse, ainda é um tema polêmico aqui em Alagoas e no Brasil como um todo. Em cada lugar um posicionamento das forças de segurança, em geral ajudando também a afundar o nosso futebol, quando se propõe jogo com torcida única!
Engraçado que aqueles que criticam as torcidas organizadas pela violência que elas praticam, se calam quando o Estado pratica a violência, quando não oferece educação, saúde e segurança. Quer dizer, uma parcela pequena pode ter tudo isso, além do Estado, eles podem pagar para ter tudo de bom, enquanto a maioria da população é jogada a própria sorte, aonde o que sobressai é a violência pura e simples, muitas vezes provocada pelas forças armadas do próprio estado!
Depois o cidadão de classe média vem querer dizer que a vida anda muito violenta, claro, se no estado capitalista, principalmente o nosso, que é periférico, apesar de muitos avanços nos últimos 13 anos, é excludente, preconceituoso e racista, o que acha que pode acontecer?
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